segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Quase um exílio

Tá bom, é exagero chamar de exílio, mas é quase lá. Na hora da ida, muito divertimento, aquela esperança de que tudo vai ser lindo de morrer, mas depois tenho certeza de que aquela saudade brasileira vai bater em cheio. Tem uma coisa no sangue da gente que não nos deixa negar: a gente é Brasil de corpo e alma.

Por isso, pra estrear esse blog, uma homenagem a um dos poemas ufanistas (tá, você não lembra o que é ufanista... olha aqui) mais famosos da nossa literatura:



Canção do Exílio
de Gonçalves Dias

Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.

Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas tem mais flores,
Nossos bosques tem mais vida,
Nossa vida mais amores.

Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o sabiá.

Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar - sozinho, à noite -
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;
Sem que desfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu'inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá.